sexta-feira, 17 de setembro de 2010

cisão

Ganhei este livro da Sibele, mas ela me disse que havia desistido, não tinha tido paciência para seguir até o final. Um tanto mais maniático que ela li em um dia de viagem, curioso e sem pressa mas, ao terminar, lembrei da Dorothy Parker, que recomendava se livrar com raiva dos livros ruins que por ventura nos chegasse às mãos (ela nunca foi condescendente com a mediocridade). Bueno, trata-se de uma novela curta, de pouco mais de cinquenta páginas, brevidade que é a única coisa boa que consigo associar a ela. A autora conta uma história de amor típica. Um casal, que se afasta consensualmente logo no início da novela, explora alternativas para viverem outras experiências, mas o amor, sempre destruidor e primo da morte, acaba por separá-los definitivamente e sem remissão. Trata-se de uma história rarefeita que deve algo aos livros de Raduan Nassar, mas que não acrescenta nada à boa experiência que temos com eles. Tudo é muito frouxo, mal amarrado, fruto de uma malarista de falsos paradoxos e teorias literárias de segunda mão. O livro é pretensioso, pernóstico do começo ao fim e só a senilidade do sujeito que assina a orelha do livro para compará-lo ao Macunaíma e ao Grande Sertão: o mundo da crítica literária é mesmo movido por motivações impenetráveis. Arre, que fiasco! [início - fim 03/09/2010]
"Cisão", Lívia Sganzerla Jappe, editora 7 Letras, 1a. edição (2009), brochura 13,5x20 cm, 65 págs. ISBN: 978-85-7577-612-4

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